terça-feira, 21 de agosto de 2012

Lavrense participa do Encontro Unitário dos Povos do Campo

Foto: Agência Brasil

Em meio à diversidade política, regional e cultural, os povos do campo decidiram se articular em torno da luta pela implementação de um novo modelo agrário no Brasil, e pressionar o governo federal. O Encontro dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, que começa nesta segunda-feira (20) e vai até quarta-feira (22), em Brasília (DF), indica claramente essa nova etapa.
Cinco décadas após o histórico Congresso Camponês de 1961, ocorrido em Belo Horizonte (MG), distintas organizações sociais do campo se propõem, novamente em uníssono, lutar pela reforma agrária.
Os movimentos do campo pretendem distinguir, em alto e bom som, qual o modelo de desenvolvimento os trabalhadores anseiam, e qual deve ser, na visão dos camponeses, o modelo a ser superado. “O agronegócio representa um pacto de poder das classes sociais hegemônicas, com forte apoio do Estado brasileiro, pautado na financeirização e na acumulação de capital, na mercantilização dos bens da natureza”, afirma o manifesto preparatório para o encontro, assinado em fevereiro pelo MST, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas, entre outras organizações.
Em termos gerais, se reivindica uma reforma agrária ampla e de qualidade (com produção e acesso a alimentos saudáveis e conservação ambiental, estabelecendo processos que assegurem a transição agroecológica).
Outro ponto da pauta é a garantia dos direitos territoriais dos povos indígenas e quilombolas e das comunidades tradicionais: terra como meio de vida e afirmação da identidade sociocultural dos povos.
Vital produz gado, mel e hortifruti em sua propriedade
O agricultor Vital Moreira, conselheiro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, participa do encontro em Brasília, ele coloca que muitos produtores principalmente os mais jovens estão abandonando a área rural porque não tem acesso à terra.
Opinião: A realidade da região é que o Crédito Fundiário não contempla as necessidades dos agricultores, sendo assim é preciso lutar pelos assentamentos rurais, mas também é preciso ter uma legislação clara que não venha criar conflitos agrários. O que queremos é ter terra para produção de alimentos, com crédito, habitação e outras políticas que garantam a permanência dos agricultores (pecuaristas) no lugar que sempre deveriam estar: no campo.