quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Juventude e permanencia no campo


    A juventude rural, vem afirmando que sair do campo é uma condição, e não necessariamente um desejo, um sonho. Dessa forma, podemos concluir que a definição sobre ficar ou sair do campo, não resulta exclusivamente da construção de vínculos familiares/comunitários e de identidade com a terra, mas passa por mudanças políticas estruturais, que promovam a revalorização dos camponeses, com garantia de vida digna, boas condições de trabalho, produção, comercialização, participação política e acesso às políticas públicas.

          Nós, os/as jovens do campo e da floresta, afirmamos querer viver num meio rural diferente. Mas diferente como? Diferente, principalmente do ponto de vista da mudança de valores sociais e produtivos. A juventude rural quer ser reconhecida como sujeito de direito, que participa ativamente das decisões familiares e dos espaços políticos. Além disso, as jovens mulheres, não querem reforçar os padrões machistas, que as excluem dos ambientes produtivos e políticos. Já no que se refere à produção, há uma forte sensibilidade, entre os/as jovens rurais, da importância de desenvolver uma agricultura sustentável do ponto de vista ambiental e econômico.

        É fundamental entendermos quais os motivos que levam a juventude rural a largar a propriedade familiar (quando ela existe), mas apenas discutir os motivos que levam ao êxodo, não é suficiente! Precisamos pensar mecanismos que transformem nossa realidade, que assegurem o nosso direito de ficar no campo, quando este for, de fato, o nosso desejo! É com este sentimento, que a juventude rural do MSTTR, vem debatendo o tema da sucessão nos Festivais Estaduais e Regionais, nos Encontros, Seminários e Oficinas que estão sendo realizadas em todo Brasil.

         Para alterar este quadro, precisamos de políticas estruturantes, especialmente voltadas a educação do campo, reforma agrária e condições dignas de trabalho. Precisamos, também, ampliar e qualificar a participação juvenil nos espaços de deliberação e controle social das políticas públicas, para fortalecermos e implementarmos ações diferenciadas que rompam com as desigualdades sociais, que persistem em nossa história.


Fonte: CNJTTR - CONTAG

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