A
juventude rural, vem afirmando que sair do campo é uma condição, e não necessariamente
um desejo, um sonho. Dessa forma, podemos concluir que a definição sobre ficar
ou sair do campo, não resulta exclusivamente da construção de vínculos
familiares/comunitários e de identidade com a terra, mas passa por mudanças
políticas estruturais, que promovam a revalorização dos camponeses, com
garantia de vida digna, boas condições de trabalho, produção, comercialização,
participação política e acesso às políticas públicas.
Nós, os/as jovens do campo e da
floresta, afirmamos querer viver num meio rural diferente. Mas diferente como?
Diferente, principalmente do ponto de vista da mudança de valores sociais e
produtivos. A juventude rural quer ser reconhecida como sujeito de direito, que
participa ativamente das decisões familiares e dos espaços políticos. Além
disso, as jovens mulheres, não querem reforçar os padrões machistas, que as
excluem dos ambientes produtivos e políticos. Já no que se refere à produção,
há uma forte sensibilidade, entre os/as jovens rurais, da importância de
desenvolver uma agricultura sustentável do ponto de vista ambiental e
econômico.
É fundamental entendermos quais os
motivos que levam a juventude rural a largar a propriedade familiar (quando ela
existe), mas apenas discutir os motivos que levam ao êxodo, não é suficiente!
Precisamos pensar mecanismos que transformem nossa realidade, que assegurem o
nosso direito de ficar no campo, quando este for, de fato, o nosso desejo! É
com este sentimento, que a juventude rural do MSTTR, vem debatendo o tema da
sucessão nos Festivais Estaduais e Regionais, nos Encontros, Seminários e
Oficinas que estão sendo realizadas em todo Brasil.
Fonte: CNJTTR - CONTAG
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